Infecções Oportunistas
São infecções causadas por micro-organismos que só conseguem causar infecções em pessoas com imunidade muito baixa
Estas infecções são muito mencionadas em pacientes na fase final da infecção pelo HIV, a fase AIDS.
Ficaram conhecidas especialmente na era pré-antirretrovirais sendo a maior causa de morte dos pacientes portadores do vírus HIV nessa época.
No entanto, não são apenas os pacientes com AIDS que podem ter este tipo de infecção.
Nosso sistema imunológico é bastante complexo e existem vários fatores que podem abaixar a imunidade
Quando a imunidade está muito baixa, independente de sua causa, a pessoa fica em risco de adoecer por uma infecção oportunista.
Tipos de Infecção Oportunista:
Exemplos de infecções oportunistas:
- Candidíase (orofaringe, esôfago, Vulvovaginite, Balanitis, mucocutâneas, mastite, corrente sanguínea, hepatoesplênica, disseminada, Trato urinário, olhos, articulação, pulmão, meningite, endocardite, peritonite, empiema, mediastinite, pericardite, trato gastrointestinal)
- Infecções graves por CMV
- Pneumonias graves (exemplo: Pneumocystis jiroveci)
- Infecções GRAVES por Herpes simples (como meningites herpéticas)
- Toxoplasmose
- Criptococose
- Infecção por Mycobacterium avium complex (MAC)
- Tuberculose
- Histoplasmose
Infecções Oportunistas em pacientes com AIDS
As infecções oportunistas em pacientes com AIDS foi um tema amplamente estudado, especialmente durante a era pré-antirretrovirais.
Por isso, o conhecimento dessas infecções nesses pacientes é bastante amplo.
Infecções oportunistas, de acordo ao valor de CD4
Pessoas com linfócitos CD4 abaixo de 200 são mais propensas à infecção oportunista. Mas, quanto menor o CD4, maior o risco de complicações relacionadas à AIDS e mais graves são os eventos.
Qualquer nível de CD4
- Tuberculose – Pacientes que vivem com HIV, mesmo com CD4 em níveis normais e Carga Viral indetectável, possuem 32 vezes mais risco de desenvolver infecção ativa por Tuberculose.
Pessoas com contagem de CD4 < 250 cell/microL
- Infecções por Coccidiomycosis (reativação ou primeira infecção)
Pessoas com contagem de CD4 < 200 cell/microL
- Pneumonias por Pneumocistose – Pneumocystis jiroveci
Pessoas com contagem de CD4 < 150 cell/microL
- Histoplasmosis (disseminada ou extra pulomonar)
Pessoas com contagem de CD4 < 100 cell/microL
- Toxoplasmose (em pacientes com AIDS, é muito comum a reativação no sistema nervoso central, causando quadros parecidos com os de derrame cerebral)
- Cryptococcus (em paciente com AIDS, é comum a meningoencefalite com altas pressões intra-cerebrais)
Pessoas com contagem de CD4 < 50 cell/microL
- Mycobacterium avium complex (MAC)
- Infecções graves invasivas por Citomegalovírus – CMV (Trato gastrointestinal, Sistema nervoso central, olhos)
Outras situações para Infecções Oportunistas
Qualquer situação que leva a uma queda muito importante da imunidade colocará o paciente sob risco de sofrer infecções oportunistas.
Situações de queda extrema de imunidade como:
- Paciente após transplante de órgãos sólidos (coração, pulmão, fígado, rim, etc)
- Pacientes após transplante de medula
- Pacientes em tratamento para neoplasia hematológicas (câncer no sangue)
- Pacientes em tratamento para neoplasias de órgãos sólidos
A importância da profilaxia contra as infecções oportunistas
Algumas infecções oportunistas podem ser previdas com antibióticos específicos
A profilaxia não precisa ser feita por toda a vida. Apenas durante o tempo em que a imunidade estiver baixa
Quando o CD4 subir acima do valor indicado para proteção daquela infecção em específico de forma persistente, a profilaxia será suspensa.
A indicação, o tempo e o esquema da profilaxia são avaliados pelo médico infectologista.
Para indicação das profilaxias em pacientes com AIDS, o médico deve levar em consideração:
- Os níveis de CD4 da pessoa
- Infecções prévias
- Contato prévio com algum micro-organismo
- Contraindicação ao esquema de profilaxia
Foi realizado um estudo abarcando 4 países da África (Uganda, Zimbábue, Malawi e Kênia).
Neste estudo foi oferecido um pacote de antibióticos para pacientes em fase AIDS.
O acompanhamento mostrou que, em 24 semanas, houve uma redução de 27 % nas morte entre aqueles que receberam o pacote, comparado aos que não receberam.
Para indicação de profilaxias em pacientes transplantados, o médico deve levar em consideração:
- Tipo de transplante realizado
- Tempo do transplante
- Grau de imunosupressão
- Crises de Rejeição ao enxerto e o o tempo em que ocorreu o evento
- Infecções prévias
- Contato prévio com algum micro-organismo
- Contraindicação ao esquema de profilaxia
Diagnóstico e Tratamento precoce como forma de prevenção da AIDS
A maior forma de prevenção das complicações relacionadas à AIDS é o diagnóstico precoce do HIV.
Todos devem realizar exames para o diagnóstico de HIV periodicamente, independentemente de sua conduta de risco.
Claro que pessoas com condutas de risco devem realizar os exames mais frequentemente, a cada 6 ou 3 meses.
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